Os
analistas políticos garantem que o eleitorado evangélico foi decisivo para a
realização de um segundo turno nas eleições presidenciais de 2010. Questões que
são cruciais para esses eleitores como aborto e casamento homossexual foram
extensivamente debatidas nos palanques e nos púlpitos. Líderes de igrejas
evangélicas como Malafaia e Valdomiro Santiago chegaram até a participar do
horário eleitoral.
Nas
eleições municipais desse ano essa influência tende a ser ainda maior. A Folha
de São Paulo publicou uma matéria que relata a aproximação de partidos
políticos com lideranças evangélicas. Como exemplo do Partido Social Cristão
(PSC), próximo da Assembleia de Deus, que se uniu ao Partido Republicano
Brasileiro (PRB), ligado à Igreja Universal para lançar Celso Russomanno como
seu candidato em São Paulo.
O jornal
relata também que partidos com maior força como PT, PSDB e PMDB também buscam
uma aproximação com os religiosos, querendo que essa aliança dê uma melhor
imagem para seus candidatos. Um destaque é o pré-candidato do PT Fernando
Haddad, atual ministro da Educação, que certamente terá dificuldades para
conquistar o voto dos evangélicos por conta do polêmico “kit gay”.
O
vereador evangélico Carlos Apolinário (DEM) falou sobre o assunto: “O pastor
mantém a neutralidade o máximo que pode. Por que vai pedir voto antes da hora e
correr o risco de alguém da congregação simpatizar com o adversário?”
Segundo o
cientista político Cesar Romero Jacob “os pentecostais estão em regiões com
nível de escolaridade menor, então é mais fácil construir um discurso”, mas
Jacob ressalta que isso não garante que pastores possam impor um “voto de
cabresto religioso”.
Para o
sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da USP, a maior influência das igrejas é o
poder de veto. Segundo ele “não existe voto religioso no sentido de um grupo
votar em quem o pastor manda, mas a religião pode levar o cidadão a não
escolher determinado candidato que apoia bandeiras contrárias a sua fé”.
O que é
unanimidade para todos os estudiosos é o crescente interesse dos partidos
políticos nos eleitores cristãos, sobretudo nos evangélicos, que vem ganhando
grande espaço no país.
Fonte: Gospel+