A Escola Dominical está inserida em um amplo
contexto educacional denominado Educação cristã. A educação cristã, como
instrumento de formação e aperfeiçoamento do caráter cristão, não ocorre
apenas no ambiente da Escola Dominical, mas em todos os setores e
seguimentos da igreja local. Nesta rica oportunidade, apresentaremos
razões que justifiquem a relevância da ED como principal ferramenta de
Educação Cristã na igreja.
I. É relevante em razão de sua essencialidade.
A – A Escola Dominical não é uma atividade
educativa opcional, é essencial.
Em razão de a igreja estar intrinsecamente
associada à educação cristã, a Escola Dominical como departamento
principal de ensino, não é opcional, é vital, pois, incrementa e dinamiza
todas as atividades e iniciativas educacionais e evangelísticas dos
demais setores.
A Escola Dominical não pode ser considerada
apenas um apêndice, anexo ou assessório na estrutura geral da igreja ou
mero departamento secundário.
Ela se confunde com a própria essência da
Igreja. Não é apenas parte da igreja; é a própria igreja ministrando
ensino bíblico metódico, sistemático.
Desde os primórdios a Igreja Cristã
perseverava na doutrina e instrução dos apóstolos. No primeiro século não
havia templos. As famílias se reuniam em suas casas para orar, comungar e
estudar a Palavra de Deus. Os crentes mais experientes ensinavam os
neófitos basicamente de forma expositiva e em tom familiar (homilétike);
explicando e interpretando os pontos mais difíceis das Escrituras de
acordo com a orientação dos apóstolos e diretamente do Espírito Santo.
E hoje? A Igreja está realmente interessada
em estudar a Bíblia?
B – Onde fica a ED no programa geral de nossas igrejas? Qual a sua
importância?
Há algumas décadas, na maioria das igrejas
tradicionais, era comum o número de matriculados na Escola Dominical
ultrapassar ao de membros da igreja. O que podemos dizer das nossas
Escolas Dominicais atualmente?
Enquanto as igrejas tradicionais estão
repensando a ED, grande parte das igrejas pentecostais somente começaram
a pensar na relevância do ensino bíblico sistemático de algumas décadas
para cá.
(A CPAD através do Setor de Educação Cristã e
especificamente do CAPED vem realizando um excelente trabalho de
conscientização nesta área)
C – A relevância da Escola Dominical está
explicita no seu principal conceito.
A Escola Dominical conjuga os dois lados da
Grande Comissão dada à Igreja (Mt 28.20; Mc 16.15). Ela evangeliza
enquanto ensina.
O cumprimento da Grande Comissão através da
ED, pode ser visto em quatro etapas:
Alcançar – a ED é o instrumento que cada
igreja possui para alcançar todas as faixas etárias. (A audiência do
culto à noite, além de ser heterogênea, não tem oportunidade de refletir,
questionar e interiorizar o conteúdo recebido).
Conquistar – através do testemunho e da
exposição da Palavra. Disse Jesus: "...serão todos ensinados por
Deus...todo aquele que do pai ouviu e aprendeu vem a mim" (Jo 6.45).
A conversão é perene quando acontece através do ensino.
Ensinar – até que ponto estamos realmente
ensinando aqueles que temos conquistado?
Há quem diga que o ensino metódico e
sistemático é contrário à espiritualidade? Isto é verdade?
"O ensino das doutrinas e verdades
eternas da Bíblia, na Escola Dominical deve ser pedagógico e metódico
como numa escola, sem contudo deixar de ser profundamente
espiritual."
Isto significa que devemos ensinar a Palavra
de Deus com seriedade e esmero, apropriando-nos dos mais eficazes
recursos educacionais que estejam à nossa disposição: “...se é ensinar
haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b).
Treinar – devemos treiná-los para que
instruam a outros.
Estas 4 etapas estão conjugadas aos 3
principais objetivos da Escola Dominical que são: ganhar almas para
Jesus; desenvolver a espiritualidade dos alunos e treinar o cristão para
o serviço do Mestre.
II. É relevante porque é a principal agência
de ensino na igreja.
A ED é a maior agência de ensino da Igreja.
Nenhuma outra reunião tem um programa de estudo sistemático da Bíblia com
a mesma abrangência e profundidade. Ajustado a cada faixa etária, o
currículo da ED possibilita um estudo completo das Escrituras em
linguagem acessível a cada segmento, criando raízes profundas na vida de
cada crente.
III. É relevante porque é uma escola que
transforma.
Foi a criação da Escola Dominical, da forma
como é conhecida atualmente, que mudou a face da Inglaterra, que mudou a
face da Inglaterra. Crianças que antes tinham comportamento
marginalizado, abandonadas à sua própria sorte, começaram a ser atraídas
por Robert Raikes para reuniões sistemáticas com tríplice ênfase: social,
bíblica e evangelística.
IV. É relevante porque fortalece a comunhão
com Deus e entre os irmãos.
Não pode haver crescimento espiritual fora do
contexto da comunhão cristã
“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus...” (Ef 4.13).
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e
na comunhão, e no partir do pão, e nas orações (...) Todos os que criam
estavam juntos...” (At 2.42,44).
A Escola Dominical propicia um ambiente
favorável ao inter-relacionamento dos crentes.
Ela representa o lar espiritual onde, além do
conhecimento da Palavra de Deus, compartilham-se idéias, princípios,
verdades e aspirações.
V. É relevante porque é ferramenta de evangelização e discipulado.
VI. É relevante na edificação total da
família cristã.
Ela não cuida apenas da formação espiritual,
mas preocupa-se com a edificação geral, que inclui:
Bons costumes, exercício da cidadania e a
formação do caráter
A ED complementa e, às vezes corrige a
educação ministrada nas escolas seculares.
a) A ED complementa a educação cristã
ministrada nos lares.
No Antigo Testamento, entre o povo de Deus,
eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino das Escrituras:
“E estas palavras que hoje te ordeno estarão
no teu coração; e as intimará (inculcarás) a teus filhos e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e
levantando-te” (Dt 6.6,7).
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso
coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que
estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos
filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te e levantando-te” (Dt 11.18,19).
“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e
meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para
que ouçam, e aprendam, e temam ao Senhor, vosso Deus, e tenham cuidado de
fazer todas as palavras desta lei” (Dt 31.12).
“E o terá consigo (o livro da Lei), e nele
lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu
Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos para
cumpri-los” (Dt 17.19).
O objetivo final é sempre cumprir: “Sede
cumpridores da palavra e não somente ouvintes enganando-vos com falsos
discursos” (Tg 1.22).
A grande maioria das famílias recebe pouca ou
nenhuma instrução na Palavra de Deus, no lar, sob a liderança do seu
chefe. Em função de a Bíblia perder seu lugar no seio da família, a
igreja ficou com a grande responsabilidade de providenciar educação
religiosa.
Todo o impacto desta responsabilidade caiu
sobre a ED e seus oficiais. Além de aproximar pais e filhos na comunhão
do corpo de Cristo, A ED introduz crianças, adolescentes, jovens e
adultos no conhecimento bíblico, afastando-os da ociosidade e das más
companhias.
VII. É relevante porque é fonte de genuíno
avivamento.
Hilquias, o sacerdote: “Achei o livro da Lei
na Casa do Senhor” (2 Cr 34.15).
É um chamamento à redescoberta do ensino da
Palavra de Deus como base de todo avivamento. Não há outro caminho para
manter a Igreja viva, a não ser o retorno às Escrituras, como ocorreu no
tempo do rei Josias.
|