Abaixo estou postando uma Mensagem com o título "Existe Maldição Hereditária?", divulgado no BLOG do Pastor Ciro Ziborg, de autoria dele próprio:
Quando
navego pelo Orkut, observo que, nas comunidades evangélicas, jovens com
posições firmes e bíblicas não são bem-vindos. Alguns internautas chegam a
ridicularizá-los. Noto, ainda, que boa parte da juventude inicia respostas a
questões fundamentais para a vida cristã da seguinte forma: “Eu acho que”, e
não: “Na Bíblia está escrito que”. Isso é um sintoma perigoso.
Não se assuste com a minha contundência, pois, diferentemente do que tenho
visto no Orkut, esta resposta será direta, objetiva e segundo a Palavra de
Deus. Não a escrevi para agradar ou atacar pessoas. Pode ser até que alguns
jovens apreciem a minha resposta, e outros a detestem. Contudo, a Bíblia vai
continuar sendo a verdade, aconteça o que acontecer (1Pd 1.24-25).
Existe maldição hereditária? Não! Porém, esse falso ensinamento tem sido
propagado como verdadeiro e seguido por crentes incapazes de exercer
discernimento devido à falta de conhecimento bíblico. Trata-se da crença
extrabíblica de que, além das doenças decorrentes de uma predisposição
genética, males espirituais são transmitidos de avô para neto, de pai para
filho, etc.
O evangelho de Cristo é simples: basta crer em Jesus, confessá-lo como Senhor
(Rm 10.9-10), permanecer nEle (Mt 24.13 e 1Co 15.1-2) e viver em santificação
(Hb 12.14), a fim de ser salvo e participar das bênçãos que acompanham a
salvação (Hb 6.9). No entanto, há enganadores querendo complicar a simplicidade
do evangelho (2Co 11.3-4). É como se dissessem: “Se podemos complicar, por que
simplificar?”
Somente Cristo, por meio de sua graça, liberta o ser humano. Não são
necessárias fórmulas e receitas para alguém se libertar de supostas maldições
hereditárias. Mas alguém poderá argumentar: “Há passagens bíblicas, como Êxodo
20.5, que não deixam dúvidas quanto à existência da maldição heridária”. É
mesmo? Não se apresse! Cada passagem da Bíblia deve ser analisada com base no
contexto. Você sabe o que é isso, não sabe?
Bem, se acreditarmos que Êxodo 20.5 aplica-se a nós, teremos de admitir que
fomos tirados do Egito, literalmente, nos dias de Moisés! Constate isso lendo
agora os versículos 1 e 2. Esse mandamento e as punições extensivas às gerações
dos seus infratores foram endereçados aos israelitas, e não a nós! Os mandamentos
da Bíblia se dirigem a três povos (1Co 10.32), e não devemos interpretá-los a
bel-prazer. É a Palavra de Deus que deve nos guiar (Sl 119.105).
Mas, sabe de uma coisa? Ainda que a passagem citada se aplicasse a nós, ela não
apoiaria a maldição hereditária, posto que alude ao fato de os pecados dos pais
levarem os filhos ao sofrimento, ao adotarem os seus hábitos e atitudes más.
Apesar de Deus respeitar a individualidade (Ez 18.4 e Tg 1.14), o exemplo dos
pais é preponderante na formação de uma pessoa (Ex 34.7 e Pv 22.6).
Os propagadores da maldição hereditáira costumam mesclar conceitos e metódos
psicoterápicos com a Bíblia. No entanto, embora a psicologia tenha o seu valor
como ciência, a chamada “psicoterapia cristã” é um jugo desigual (2Co 6.14).
Quem cura o nosso íntimo, libertando-nos do passado, é o Senhor Jesus (Jo
8.32,36 e Lc 4.18). A psicologia é até útil, desde que não queiramos associá-la
à obra do Espírito Santo.
Alguns defensores da heresia em análise têm afirmado que o simples fato de
alguém ter recebido de seus pais um nome com significado negativo resulta em
uma vida de derrota! Se alguém se chamar Maria das Dores, precisa quebrar essa
maldição e se apresentar com outro nome! Quanta invencionice!
Se precisamos quebrar maldições de antepassados, para que serve a nossa
santificação diária (Hb 12.14)? E os erros que cometemos, eles se devem a
fatores hereditários? Por que a Bíblia diz: “Não mintais uns aos outros, pois
que já vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3.9)? Que culpa
tenho eu se meu avô foi um mentiroso inveterado? Ora, tenho de lutar é contra a
minha própria natureza (Hb 12.4 e Gl 5.17)!
Portanto, que tal seguir à Bíblia? Ela diz: “... nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus...”, Rm 8.1. E: “... se alguém está em Cristo, nova
criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”, 2Co 5.17.