A Organização Indígena Gonawindúa Tayrona é o órgão
responsável e porta-voz de três povos indígenas da região em relação com o
governo colombiano. Ela se propõe a defender o território e a identidade
cultural das tribos que representa.
A Gonawindúa convidou líderes cristãos koguis para
discutir as circunstâncias em que os cristãos poderiam receber a proteção da
comunidade. Os líderes cristãos acharam que seria uma negociação justa e
concordaram e participar da reunião.
No entanto, para a Gonawindúa, qualquer kogui que
decidir se tornar cristão perde imediatamente sua identidade como índio e,
portanto, perde seus direitos e liberdade.
Os 13 cristãos presentes na reunião, e três filhos
deles, foram levados para a sede da Gonawindúa, onde permanecem presos.
O cristianismo se tornou a ameaça primária contra a
estabilidade e continuidade das tradições das tribos indígenas no norte da
Colômbia.
O trabalho evangelístico e a tradução da Bíblia para
o kogui, feitos pela ASOKOGUI, levou muitas famílias da tribo ao cristianismo.
Isso, de acordo com a Gonawindúa, tem acabado com os costumes koguis, e é
inaceitável.
Discriminação constante
Esse não é o primeiro caso de perseguição na área.
Um caso recente foi de Sandra Gil, voluntária no posto de saúde de Palmor. O
conselho da tribo não aceitou a solicitação dela de ser reconhecida como kogui.
Com isso, Sandra não tem acesso às bolsas do governo
para indígenas que queiram ir à faculdade.
Os koguis cristãos que foram à universidade às
próprias expensas e depois voltaram à comunidade foram proibidos de lecionar.
Esse foi o caso de Virgil, um dos koguis cristãos que estão presos. Ele é
acusado de mudar os costumes de 21 alunos na escola onde leciona. As
autoridades fecharam o estabelecimento.
Os koguis cristãos também são impedidos de ter
acesso à assistência médica, que é controlada pelo conselho local. Um estatuto
colocado em vigor afirma que o serviço de saúde é para os koguis nativos. Quem
não for kogui, deve procurar assistência em outro lugar, independente da
urgência do caso.
Uma vez que os cristãos não são considerados
nativos, o acesso deles ao sistema é impedido.
Atanásio, um representante da ASOKOGUI, pediu à
comunidade internacional para se posicionar a favor dos cristãos koguis.
Organizações estatais colombianas não se interessam pela causa deles. O Supremo
tribunal, por exemplo, recomenda que haja uma negociação entre ambas as partes.
Entretanto, segundo Atanásio, as autoridades
indígenas não querem negociar. Além disso, a Gonawindúa ameaçou prender todos
os koguis cristãos.
Segundo Alberto Gil, outro kogui, o conselho do
governo ordenou que todos os cristãos se apresentassem ao escritório da
Gonawindúa até o dia 5 de dezembro. Se não fizerem isso voluntariamente, serão
procurados por líderes indígenas.
Dos 11 mil koguis existentes na Colômbia, apenas 120
são cristãos.
Fonte: Missão Portas Abertas / Via: overbo /
Diario Gospel