Meninos precisam ter contato com homens que lhes sirvam de referencias
positivas de masculinidade. Escrevi também que os meninos precisam de homens
para ajudá-los a estabelecer sua masculinidade de modo apropriado.
Como isso pode acontecer?
A mãe deve deixar seu marido/pai se faça presente na vida do filho. Esta
deve ser uma atitude consciente por parte da mãe/mulher. Incentivar seu marido
a entrar na vida do filho. Ensinar uma mulher ser mãe e estar presente do filho
é algo natural. Para o homem, isso já é um pouco mais complexo. Para o homem,
estar presente na vida de seu filho, deve ser um exercício, algo buscado
conscientemente.
Na prática como isso deve ser buscado? A mãe deve deixar seu marido/pai
tornar-se presente, incentivando e exigindo dele participação nos cuidados
diários. Levando seu filho às consultas médicas, participando das reuniões de
pais e professores.
Nos momentos de brincadeiras com os filhos, as mães não devem intervir
no estilo de brincar característico dos homens. Homens, por exemplo, gostam de
brincar de maneira diferente das mulheres.
Um recado às mães: "Mães, quando seu marido/pai estiver brincando
de luta, rolando no chão, não intervenham. Não fiquem com medo que se
machuquem. Isso faz parte da construção da paternidade na vida do menino. E se
machucarem, fiquem tranqüilas que isso faz parte do processo na escola para
meninos serem homens". Patrice Lewis escreveu um precioso artigo (publicado no site
Clickfamília) sob o título "rapazes revoltados".
Lewis afirma: "As mães não têm a capacidade de ensinar os meninos a
ser homens. Não importa quanto amemos nossos filhos do sexo masculino, não
temos essa capacidade. As mães querem ser mães porque, afinal, é o que fazemos.
Protegemos, cuidamos e beijamos as feridas dos nossos meninos. Mas chega uma
hora na vida de todo menino em que ele precisa se erguer acima dos beijos nas
feridas e ser um homem. Os homens não dão beijos nas feridas. É assim que eles
se tornam guerreiros e protetores. Lembro-me de quando o filho de 13 anos de
nosso vizinho andou de bicicleta até nossa casa, uma distância de um quilometro
e meio em difícil estrada de terra. Ele levou um tombo desagradável e chegou
coberto de arranhões e sangue. Quando lhe perguntei o que havia acontecido, ele
explicou sobre o tombo. então acrescentou um sorriso radiante: 'Mas não tem
problema. Sou menino". Não é preciso dizer mais nada'. Se eu tivesse me descabelado
com a situação dele, falando carinhosamente, agindo de forma excessivamente
preocupada e beijando seus machucados, eu teria roubado dele a aventura de ter
sobrevivido de seu acidente. Ele se orgulhou das cicatrizes de sua batalha, e a
última coisa que ele queria era cobri-las com ataduras infantis".
Com essas idéias, longe de afirmar que meninos não precisam ser
protegidos e amados, mas para educar e preparar um menino para ser um
verdadeiro homem é preciso proteger e amar de maneira diferente das meninas e
inserir na vida do menino uma figura positiva de masculinidade.
Na ausência do pai, uma outra figura masculina que lhe sirva de espelho
para a construção de sua própria masculinidade.
Autor: Gilson Bifano – extraído do Site do Pr. Josué Gonçalves